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Eu cuido deles. Quem cuida de mim?


 

Se eu sucumbir, quantas coisas estão em jogo? As vezes essa pergunta nem pode ser feita.

Na infância nossas atividades dependem dos adultos, que são quem tornam as situações viáveis ou não. Conforme a idade avança, vai se adquirindo mais liberdade: cumpre-se sozinho/a os cuidados básicos diários (comer e se vestir, tomar banho e escovar os dentes), escolhe-se os próprios passatempos e com quem os aproveitar, toma-se decisões sem a supervisão de autoridades...


Conforme cresce a liberdade, crescem também as responsabilidades. Independente de quando elas começam, com o tempo vão se acumulando. Em algum momento você pode se ver inclusive tomando conta de outras pessoas: alguém querido que adoeceu ou envelheceu, filhos, por conta do seu trabalho, ou em qualquer circunstância inesperada. Perceber-se completamente responsável por demandas sérias e que não têm interrupção pode ser bastante exaustivo.


Junto com isso, o ritmo da vida moderna constantemente provoca uma sensação de urgência (tudo deveria ter sido resolvido ontem) e sentir-se esgotado/a ou insuficiente pode ser inevitável. Diante desse mal-estar é comum cruzar com soluções milagrosas, nas redes sociais ou em livros, que prometem o fim imediato das constantes dores físicas, da insônia e das crises emocionais. Mas quantas dessas receitas já te proporcionaram melhorias reais?


Acontece que, sem cuidar de si mesma/o, poucas são as expectativas de cumprir as demais tarefas com a qualidade que se espera. E em um ciclo sem fim de exigências, cansaço e culpa, o preço por deixar seu próprio cuidado de lado pode ser muito alto.

Então deixo aqui o convite para criarmos um momento em prol do seu cuidado, que vai repercutir no que lhe é mais importante. Cuidado compromissado com a experiência real da vida, sensível. Mas não incluo nesse convite promessas de eficiência robótica, felicidade perpétua ou receitas prontas. Precisa-se de tempo para curar, mudar hábitos, fazer boas perguntas e buscar respostas para elas.


A psicoterapia é um trabalho bastante sério, com o objetivo máximo de cuidado com quem tenha uma história a ser respeitada, uma singularidade a ser ouvida e problemas reais a serem melhorados. Para cumprir bem seus deveres consigo mesmo/a e com os outros, é preciso começar cuidando bem de si!


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